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6 fatos desconhecidos sobre Xena Warrior Princess


Há 22 anos atrás, no dia 04 de setembro de 1995, estreava o primeiro episódio de Xena Warrior Princess. E em comemoração a esta data, separamos alguns fatos e curiosidades sobre Xena que talvez você ainda não saiba.


1 - PAN, O ACROBATA DA FLORESTA

Quando a série ainda estava sendo planejada, a ideia inicial não incluía Gabrielle como companheira de viajem de Xena e sim Pan o Acrobata Ginasta da Floresta, um surdo-mudo com jeitão de tarzan, e os dois lutariam contra um vilão recorrente: O Grande Khan.

Esse absurdo foi inicialmente anunciado em 5 de maio de 1995, na Revista Newswire. Mas há uma explicação! Numa entrevista presentes nos extras do box Xena 10th Anniversary, Robert Tapert fala sobre alguns aspectos iniciais da série. Xena foi levada ao ar por um sistema de sindicação pela Tribune Media Services, a qual é responsável por achar empresas patrocinadoras para as séries. Ao saber das primeiras idéias para Xena, uma mulher forte, independente, que viajaria sozinha com uma garota contadora de histórias, a Tribuna e a Universal tiveram um chilique e falaram que em hipótese alguma a produção de Xena poderia levar a história pro lado da homossexualidade, ou, não haveria quem patrocinasse.


Sem querer perder a chance de ter a série financiada, Tapert jurou de pés juntos para os “big guys” da indústria que sumiria com Gabrielle nos primeiros episódios e a substituiria, por ninguém mais ninguém menos que: PAN, O ACROBATA GINASTA DA FLORESTA. E não é que eles engoliram esse papo furado? Alegremente deram o aval para a produção da série, sem saber que Tapert faria algumas “mudanças sutis” no que havia proposto. Provavelmente quando se deram por si, viram que já era tarde e Xena tava rendendo um ibope danado.


2 - LUCY LAWLESS NÃO ERA A PRIMEIRA ESCOLHA PARA XENA


Na mesma época que surgiram as primeiras ideias para criar a Princesa Guerreira que atormentaria a vida de Hércules e Iolaus, a Universal começou a pressionar os produtores para que arranjassem uma nova série. Foi então que Rob Tapert sugeriu que ao invés de matar Xena, fosse criado um spin-off. A Universal queria um rosto popular para estrelar a série, e segundo eles Vanessa Angel era perfeita.

Vanessa Angel

Só havia um problema. Como Vanessa era fixa em Weird Science, ela não poderia fazer parte de um spin-off de Xena, teria que fazer apenas três episódios e acabar ali. A Universal não viu problema nesse fato, afinal, eles também produziam Weird Science, e ter uma atriz dessa série fazendo uma ponta em Hércules, alavancaria a série do oleoso herói grego. Que o spin-off fosse descartado, eles queriam Vanessa Angel e fim de papo.

Como resultado, enfiaram ela em um treinamento de artes marciais para que ela ao menos parecesse convincente nos três episódios que participaria, mas tudo desandou quando ela decidiu visitar a família na Inglaterra, no Natal de 1994 e logo em seguida pegou uma gripe das brabas e não pode voltar para filmar na Nova Zelândia, no começo de janeiro.


Entraram em contato com Roma Downey, que havia anteriormente feito teste para interpretar o papel, mas ela recusou. Havia também Melinda Clarke (sim, a VELASCA), mas ela tinha acabado de pegar um papel em um filme e não achou que seria uma boa ideia largar.

“Ela poderia ser a Princesa Guerreira” , sugeriu Tapert se referindo à Lucy enquanto olhava as edições do episódio As Darkness Falls, e John Schullian concordou fortemente. Mas um outro produtor achou que seria uma péssima ideia, porque além do fato de ela ser Neo-Zelandesa, eles tinham acabado de usá-la em cena, três semanas antes.

Ainda assim, não se dando por vencido, Rob prometeu que faria ela ter uma aparência diferente, de modo que não fosse notada a reciclagem, e relutante, o produtor em questão, concordou.


Quando tudo pareci resolvido, eles ligaram para Lucy, mas como era o período entre final de dezembro e começo de janeiro, ela tinha saído para um longo passeio com o marido e a filha (em parte numa tentativa de salvar o casamento) que incluía acampamento e visita a casa de vários parentes, e eles não conseguiram contato.

Desesperados com a perspectiva de tudo desandar de vez, eles ligaram para mais 3 ou 4 atrizes que haviam sido cogitadas, mas todas recusaram. Voltando à ideia de usar Lucy, eles ligaram para o agente, mas ele disse que ela apenas tinha sumido, sem dizer pra onde ia. Numa terceira tentativa, ligaram para os pais, mas eles também não sabiam para onde a filha havia ido ou como contactá-la.


Com o desespero chegando a 100%, numa última tentativa e à espera de um milagre, ligaram novamente para a casa dela na Nova Zelândia, e o irmão de Lucy que tinha dado uma passada de CINCO MINUTOS para recolher a correspondência, atendeu à ligação. Depois de alguns minutos, ele encontrou o número de alguns parentes do marido de Lucy e o deu para Tapert. Ele ligou já quase sem esperança e finalmente conseguiu contato com ela, que na manhã seguinte pegou um ônibus para se dirigir à reunião com os produtores e desandou em lágrimas, achando que não estava pronta pra assumir algo tão grande. Dentro de dois dias, ela estava com o cabelo sendo tingido e experimentando as roupas, que tiveram de ser refeitas, pois tinham o tamanho e Vanessa Angel. E como Lucy, diferente de Angel, tinha disponibilidade pra filmar bem mais do que três episódios, os planos de Tapert para o spin-off se tornaram possíveis.


3 - RENEE O'CONNOR NÃO ERA A PRIMEIRA ESCOLHA PARA GABRIELLE


A diretora de elenco, Beth Hymson-Ayer, viu centenas de garotas que achava que poderiam se sair bem no papel, fazendo com elas uma pré-leitura. Dessas centenas, 50 foram mandadas para falar com os produtores, e entre seis e sete delas tiveram a chance de fazer o teste, entre elas, Renée O’Connor e Sunny Doench.


Renée O’Connor, rapidamente se destacou entre as demais, devido a seu currículo considerável, e já ser conhecida deles da época em que trabalhou num dos filmes de Hércules e também Darkman. Beth Hymson admirou o senso se humor, inteligência e jovialidade dela e considerando a aura de inteligência crucial para a personagem Gabrielle, todos acharam que ela seria uma ótima escolha, uma vez já tinham Lucy Lawless pra acrescentar o fator “beleza e sensualidade”, o foco era achar uma atriz que soubesse atuar, já que estavam inseguros com Lucy até então.


Tudo parecia perfeito, até que a Universal foi informada. Os “big guys” do estúdio bateram o pé. Segundo eles Renée não era “bonitinha” o suficiente para a série (WTF?), e a preferência deles, era alguém, que segundo eles era mais atraente: Sunny Doench.

Sunny Doench

Mas para surpresa de todos, ela acabou recusando o papel, porque não queria se mudar para Nova Zelândia e deixar o namorado no Reino Unido. Sem outra opção viável, a Universal foi obrigada a ceder e eles escalaram Renee O’Connor. Ironicamente para quem não considerava Renee bonitinha o bastante, foi a roupa dela que foi encurtada temporada após temporada, mostrando cada vez mais corpo.


4 - OS CRÉDITOS CONTINHAM REFERÊNCIAS ENGRAÇADAS SOBRE OS EPISÓDIOS


Os créditos dos episódios regularmente continham um aviso falso semelhante às mensagens de associações humanizadas que dizem "nenhum animal foi maltratado".


Começou como uma piada ocasional na primeira temporada, mas na segunda temporada, cada episódio tinha anúncios como: "Apesar do incessante arremesso de Gabrielle, o navio de Ulysses não foi prejudicado durante a realização deste filme", "Nenhuma harpia foi prejudicada na produção deste episódio", "Nenhum cavalo de bambu de estilo polinésio de grande porte foi prejudicado durante a produção deste filme. No entanto, muitas cadeiras de vime deram suas vidas", e em um episódio com a morte de Xena: "Xena foi prejudicada permanentemente na realização deste filme, mas manteve o espírito intacto".

Os fãs aprovaram e começaram a acompanhar cada mensagem via fóruns na internet.


5 - QUALIDADE DE IMAGEM


Quando Xena foi lançada e seu corpo de produção foi definido, uma das preocupações de muitos envolvidos era que, Hercules, sendo a série “original” e a queridinha da Universal na época, ganharia tudo do melhor, no que dizia respeito a aspectos técnicos, e as sobras ficariam com Xena. E nesse caso nem se tratavam de sobras materiais, mas sim de equipe mesmo. Felizmente não foi o que ocorreu no que diz respeito a equipe, mas nos aspectos materiais, Xena sofreu um pouco de início. Como é muito citado, Xena começou com “sobras” de cenário de Hércules, e com uma qualidade de filmagem bem inferior.

Hércules era filmado em filme de 35mm, enquanto Xena começou com 16mm, formato que já estava quase em desuso na época. Isso explica o aspecto granulado dos episódios, que se estende até o meio da segunda temporada mais ou menos.

Diferença da imagem : Na primeira imagem, um screencap de Xena soprando fogo em Cradle of Hope, na primeira temporada. No segundo, Xena em One Agains an Army, na terceira.

Diferença da imagem : Na primeira imagem, um screencap de Xena soprando fogo em Cradle of Hope, na primeira temporada. No segundo, Xena em One Agains an Army, na terceira.


A qualidade menor, no entanto, não foi apenas uma desvantagem, ela teve seu lado positivo. Como as câmeras eram consideravelmente menores e mais leves, foi possível adaptá-las para cenas mais dinâmicas (pendurá-las em arames) o que o estilo acrobático das lutas de Xena exigia.


6 - POLÍTICA DE NÃO-VIOLÊNCIA


Durante os primeiros anos de XWP, os produtores tinham uma política de não violência. Uma das maiores preocupações gerais na época – seja dos produtores, da crítica ou do público – era o fato de Xena ser uma guerreira com passado sangrento que semanalmente lutava com os mais variados vilões e diferente de Hércules, matava. Isso logo gerou preocupação, porque o público majoritário de Hércules eram crianças com menos de 10 anos, e era suposto que grande parte do público de Xena também fosse dessa faixa etária.


Até o começo da segunda temporada de Xena, Tapert e companhia diziam que não havia motivo para preocupação. As cenas de Xena era feitas para não serem chocantes. Não eram “acreditáveis”, porque não havia sangue, hematomas ou gente aparentando sofrer realmente, ou seja, nada muito diferente do que as crianças viam nos desenhos da época. Até então considerava-se o episódio mais “pesado”, Gauntlet, onde Xena é espancada pelos seus ex-soldados, o que levou a cortarem boa parte da cena, que segundo eles era muito mais chocante.

Porém podemos perceber ao longo das temporadas que essa abordagem foi ligeiramente deixada de lado.

 

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